A
palavra dislexia é derivada do grego "dis" (dificuldade) e
"lexia" (linguagem). Vista como uma dificuldade primária do
aprendizado que abrange: leitura, escrita e soletração ou uma combinação de
duas ou três destas dificuldades.
Devemos
ser cuidadosos quando pensarmos em observar ou julgar um indivíduo, pois, mais
do que uma aparente preguiça, falta de atenção ou má alfabetização, pessoas com
esses sintomas ou indicativos podem ser disléxas. Apesar de ser um termo
assustador, a dislexia não é uma doença.
De
acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, o transtorno acomete de 0,5% a
17% da população mundial, pode manifestar-se em pessoas com inteligência normal
ou mesmo superior e persistir na vida adulta.
Pessoas
disléxicas são únicas; cada uma com suas características, habilidades e
inabilidades próprias.
Considerado
um transtorno genético e hereditário da linguagem, de origem neurobiológica,
que se caracteriza pela dificuldade de decodificar o estímulo escrito ou o
símbolo gráfico. A dislexia compromete a capacidade de aprender a ler e
escrever com correção e fluência e de compreender um texto. Em diferentes
graus, os portadores desse defeito congênito não conseguem estabelecer a
memória fonêmica, isto é, associar os fonemas às letras.
O disléxico não consegue associar o símbolo gráfico e as letras ao som que eles
representam. Podem confundir direita com esquerda, no sentido espacial, ou
escrever de forma invertida, ao invés de “vovó”, “ovóv”, “topa” por “pato”. A
dislexia também gera a omissão de sílabas ou letras como
“transorno” para “transtorno”, até mesmo a confusão de palavras com grafia
similar, por exemplo, n-u, w-m, a-e, p-q, p-b, b-d… Ter a necessidade de seguir
a linha do texto com os dedos é outro sintoma de dislexia.
O indivíduo sofre com a pobreza de vocabulário, escassez de
conhecimento prévio, confusão com relação às tarefas escolares, podendo
resultar num atraso escolar. A existência de casos de dislexia na família,
dificuldades para compreensão de texto, reconhecer rimas e símbolos, decorar
tabuada, inversão, acréscimo ou omissão de letras, saltar ou retroceder linhas
no momento da leitura, são sinais de dislexia.
Alguns
sinais que podem diagnosticar a dislexia:
–
Quando a incompreensão na leitura ultrapassa a fase de alfabetização;
–
A leitura é silabada;
–
Faz adivinhações, por exemplo, entende a palavra “famoso” como “família” (pois
esta última é mais frequente);
–
Troca, omite ou inverte as letras durante a leitura;
–
Substituição: “todos” por “totos”;
–
Omissão: “Chuva forte” por “chuva fote”;
–
Acréscimo de letras ou sílabas: “Estranho” por “estrainho”;
Vejamos algumas personalidades portadoras de dislexia:
-
Pablo Picasso: Um mestre da arte no século XX, considerado um dos artistas mais
famosos e versáteis do mundo, foi pintor, escultor, desenhista e escritor de
poesia;
- Albert Einstein: O maior físico do século 20, pai
da teoria da relatividade;
- Leonardo da Vinci: Um dos pintores mais
famosos do mundo, autor da Mona Lisa;
- Thomas Edison: Cientista do século 19 inventou a
lâmpada incandescente;
- George Washington:
político e militar foi o primeiro presidente constitucional dos Estados Unidos.
Ele é visto pelos americanos como o “Pai da Pátria”;
- Agatha Christie: A
mais famosa escritora policial de todos os tempos, autora de mais de 80 livros.
“Os
mesmos sintomas da dislexia podem aparecer para vários outros quadros, como
hiperatividade ou lesões cerebrais. Assim, um diagnóstico preciso deve ser
feito por uma equipe multidisciplinar”, diz Maria Ângela Nogueira Nico,
coordenadora científica da Associação Brasileira de Dislexia. O distúrbio pode
ser tratado com exercícios de assimilação de fonemas, desenvolvimento de
vocabulário e acompanhamento de psicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos inicia
investigação detalhada e verifica a necessidade do parecer de outros
profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso.
Estudos sugerem que, se tratada ainda cedo na vida escolar, uma criança pode
corrigir as falhas nas conexões cerebrais a ponto de elas quase desaparecerem.
Com tudo isso, notamos que será de suma importância a harmonia
entre os profissionais, os pacientes e familiares para serem decisivos os
resultados.
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